4.1.09

Notícias do mundo dos sonhos

Sonhar é um ofício um tanto cansativo às vezes, mas apesar do fogo cerrado e do avanço do inimigo pelas trincheiras, resistimos.
Eles estão jogando pra valer agora, enviaram pesadelos de classe 4 sob fumaça verde e palavras desconfortantes. Perdemos muitos na última noite, durante uma chuva de inconsistentes amanhãs. Foi horrível, acreditem.
O ano novo foi ameno, o inimigo resolveu dar folga. Reunimos nosso melhor batalhão, ingerimos atordoantes gelados e dançamos em nuvens baixinhas, pra não nos arriscarmos muito.
Entre amigos de batalha, sonhadores incertos, clubes de 5 (um batalhão especial, o melhor da força) fizemos festa até as novas horas de novos tempos surgirem. Assitir números se transformarem é agradável, preincipalmente se os canhões miram para o alto, por um tempo.
Mas a guerra continua. O exército de anti-sonhadores avança sobre o chão abalado da terra sem sol. Enquanto nos atiram razões e conceitos, devolvemos jujubas e delírios. Disparamos estrelas.
Novos campos vêm para novas batalhas. Será um ano de guerras. Muitos sonhos já morreram, mas estamos nos esforçando, sonhando todos os dias para fortalecer as linhas. Fizemos e faremos nossa parte.
Entre disparos e pipocos, realçamos as cores e estrelamos melodias.
Fogo- cerrado.
Nosso exército não perde os sonhos nem a esperança quanto à vitória, mas são tempos difíceis para os sonhadores.

RÉGIS FALCÃO

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