18.1.09

Sou minha perna, sou meus cabelos, sou o trecho de luz mais branca no reboco da parede, sou cada pedaço infernal de mim – a vida em mim é tão insistente que se me partirem, como a uma lagartixa, os pedaços continuarão estremecendo e se mexendo. Sou o silêncio gravado numa parede, e a borboleta mais antiga esvoaça e me defronta: a mesma de sempre. De nascer até morrer é o que me chamo de humana, e nunca propriamente morrerei.
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Clarice Lispector

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