22.6.11

E ele acabava indo embora

'David e eu tínhamos terminado de vez. Ou talvez não tivéssemos. É difícil lembrar agora quantas vezes terminamos e tornamos a reatar durante aqueles meses. Mas surgiu um padrão: eu me separava de David, recuperava minha força e minha confiança, e então (atraído, como sempre, por minha força e confiança) sua paixão por mim renascia. Com respeito, sobriedade e inteligência, nós discutíamos uma “nova tentativa”, sempre com algum novo e saudável plano para minimizar nossas aparentes incompatibilidades. Estávamos muito comprometidos em resolver aquela historia. Porque como era possível duas pessoas que se amavam tanto não terminarem felizes para sempre? Aquilo tinha de dar certo. Não tinha? Novamente juntos, e com as esperanças renovadas, compartilhávamos alguns dias de uma felicidade delirante. Algumas vezes, até semanas. Mas, depois de algum tempo, David tornava a se afastar de mim, e eu me agarrava a ele (ou eu me agarrava a ele e ele se afastava de mim – nunca conseguíamos entender como o processo começava), e acabava mais uma vez destruída. E ele acabava indo embora...

David era ao mesmo tempo meu imã e minha criptonita...'



[Comer, Rezar, Amar]


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