11.5.08

“A vida se retrata no tempo
formando um vitral,
de desenho sempre incompleto,
de cores variadas,
brilhantes, quando passa o sol.
Pedradas ao acaso
acontece de partir pedaços
ficando buracos,
irreversíveis.
Os cacos se perdem
por aí.
Às vezes eu encontro
cacos de vida
que foram meus,
que foram vivos.
Examino-os atentamente tentando lembrar
de que resto faziam parte.
Já achei caco pequeno e amarelinho
que ressuscitou
de mentira, um velho amigo.
Achei outro pontudo e azul, que trouxe em nuvens
um beijo antigo.
Houve um caco vermelho
que muito me fez chorar,
sem que eu lembrasse
de onde me pertencera.“

Maria Antônia de Oliveira

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