29.5.09

' Hoje, 6 de agosto, medito deitada em minha cama branca, ouvindo a chuva: bate forte e de viés no telhado acima das janelas, desce líquida, pingando plural e farta dos céus baixos cinzentos, dizendo fluentemente o que eu escolher que diga. Escorrendo pelo vidro em filetes translúcidos, leitosos, prolíficos, insensivelmente benéfica, apazigua ou incomoda (conforme nós humanos escolhemos interpretá-la). E eu a amo por causa do som, e das muralhas pluviais plúmbeas que caem, acercam-se. Sem saber o porquê. Sem dissecar o gostar ou o sentir, sem ser materialista ou prática, mas mistica - usarei termos vagos evasivos como 'harmonia', 'afinidade', para o calmo prazer que sinto brotar em mim. '

[Sylvia Plath]

.

Nenhum comentário: