3.2.12

É o único rosto vivo em volta, nunca me engano. Chega devagar, pede licença, sorri, pergunta: “E você acha que aqui também é um deserto de almas?” Não preciso nem olhar em volta para dizer que sim, aqui também. E os desertos, você sabe — sabe? — não param nunca de crescer.

(Caio Fernando Abreu. Divagações na Boca de Urna. In: Pequenas Epifanias)

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