Hoje de tarde
pus uma cadeira no sol pra chupar tangerinas
e comecei a chorar,
...até me lembrar de que podia
falar sem mediação com o próprio Deus
daquela coisa vermelho-sangue, roxo-frio, cinza.
Me agarrei aos seus pés:
Vós sabeis, Vós sabeis,
só Vós sabeis, só Vós.
(...)
Não queria palavras pra rezar,
bastava-me ser um quadro
bem na frente de Deus
pra Ele olhar.
(Adélia Prado, do livro A duração do dia)
20.8.12
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