(...) Ela se permite sentir, com a paz e a tristeza que fazem parte de ser. A alegria de amar de novo, a serenidade de se sentir companheira, amada e ponto. Pensa no amor que passou, no sentido daquele encontro. Lembra do amor que se foi da vida, deixando o filho que ainda é amor. E se convence de que alguns (des)encontros são parte da construção.
Desapegar-se para seguir em frente. Trazemos tudo conosco, ela pensa, tudo aqui dentro a fazer parte. Assim como deixamos para o outro. E o que deixamos, não nos cabe. Ela pensa e chora, pensa e sorri, sempre quase imóvel, porque ali o filho dorme em paz. Ali dorme a sua paz. Haviam tido um embate minutos antes, um desses impasses cotidianos entre uma mãe e seu filho pequeno.
Agora está tudo calmo. Passou. Como tantas coisas, como o tempo, nunca em vão. Ficam as lembranças, algumas ainda dóem, outras trazem sorrisos. Tudo dentro, respirando em nós e ao redor de nós. Vivo e em movimento. Vivo e em sono tranquilo, como o filho sobre a barriga.
Cris Guerra
2 comentários:
Há de ser semente.
Desapegar-se para seguir em frente.
Eu me apeguei a isso nos últimos dias!
Beijo.
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